quinta-feira, 31 de maio de 2007

Ontem ao subir as escadas falei com a minha vizinha, uma natural de Alfama dos 7 costados, que me disse sobre o assunto: "Vai ser um novo Martim Moniz !" De facto, a construção de um centro comercial não vai ser benéfica nem às pessoas, nem ao comércio, nem à vida de Alfama. Tal como a reordenação do Martim Moniz matou a Mouraria, a AP vai matar Alfama.



Por outro lado, a fachada da Alfandega ficará irremediavelmente tapada. Trata-se de um edíficio com alguma nobreza, que merecia ser ou voltar a ser frente ribeirinha.
Os barcos ao passar frente ao tejo poderiam ver esta fachada, que tem história, imponência e foi concebida para estar de frente e à face ao Rio (ver a gravura infra).

Fui a Santa Luzia e o panorama será daqui a 2 anos o seguinte: Casario de Alfama a acabar em parques de estacionamento e num centro comercial! De facto vai ser o Martim Moniz !!!!
Louvo a minha vizinha. Sabedorioa popular dos bairros históricos!



domingo, 27 de maio de 2007

Entaipar os Monumentos - e tapar as fachadas ribeirinhas com um muro de dois andares!


A linha ribeirinha de Lisboa tem edifícios , que foram construídos e desenhados com fachadas com uma dimensão e traça, que só faz sentido com uma perspectiva larga e acesso ao Rio.

O presente projecto vai "entaipar" as fachadas do Museu Militar e do Celeiro Público – também conhecido por Armazém das Farinhas – do Terreiro do Trigo.

São munumentos com história. O Celeiro Público foi construído por ordem de D. José I. A decisão foi tomada em 1766, mas o regimento só foi editado no ano seguinte. Estipula-se então que num dos lados do edifício exista um armazém para os cereais e que sejam construídos mais sete «Celleiros públicos de Vendagem», situando-se um destes «ao pé do mesmo Terreiro Geral com oito lugares para vendas de Farinhas», também chamado «Celleiro das Farinhas de fóra do Terreiro».

Em 1780, D. Maria I recebe um documento do Inspector-Geral do Terreiro que refere a necessidade de construir dois armazéns para recolher as farinhas e fazer medições. Dias depois, a rainha decide avançar com o projecto e é pedido a três mestres que examinem os espaços junto ao Terreiro Público e apresentem um orçamento. A previsão das despesas é feita rapidamente: doze contos de réis.

No ano seguinte, a rainha ordena o início da obra do depósito de trigos, suspendendo o armazém para a fabricação de farinhas, acomodações dos oficiais e outras necessidades do terreiro. O armazém das medições começou a ser edificado, sob a direcção do arquitecto Reinaldo Manuel dos Santos. A data não é certa, mas pensa-se que as obras se iniciaram entre meados de 1781 e meados do ano seguinte. A conclusão também não está registada, sabendo-se que ocorreu entre 1786 e 1805.

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APL, por quem o Tejo chora

O acesso dos Lisboetas ao Tejo está vedado pelo caminho-de-ferro. O único troço livre de tal obstáculo é a faixa entre o Cais do Sodré e Santa Apolónia.

Veja, o projecto da APL para este local!


O acesso ao Rio vedado, um muro de 2 andares , um centro comercial e um condomínio fechado.

A APL é uma entidade soberana e absoluta, mas o acesso ao Tejo é de todos. Temos que dizer não a este projecto, que nos é apresentado como facto consumado e que a ir avante vai comprometer o mais nobre acesso de Lisboa ao Rio e o único sem a barreira do caminho de ferro.


O Tejo é para os Lisboetas, não é para as imobiliárias, hotéis e terminais.......

Acresce que há, quer a norte de Santa Apolónia, quer a Sul outras alternativas.


Urge parar a obra e discutir este assunto em sede própria.

Deixar a obra avançar é comprometer o futuro.



Este Blog destina-se a alertar o cidadão para esta situação e a dar o seu a seu dono:

O Tejo é dos Lisboetas.
O acesso ao Tejo deve ser livre.
Lisboa não pode virar as costas ao Tejo.