terça-feira, 11 de agosto de 2009
Aparentemente o Tejo chora pela APL, pela CML e pela Sociedade Frente do Tejo SA.
Sem Rei nem roque as obras continuam, sem que se saiba se vai haver Terminal de Cruzeiros. O projecto inicial foi abandonado e fazem-se concursos para projectos a terem lugar em Setembro.
Consignam-se obras e fazem-se discursos pomposos a gastar milhões.
Ninguém consultou os Lisboetas sobre os projectos, nem sobre se queriam um Terminal.
De facto em Alcântara o espaço em frente às gares marítimas vai ficar vazio (uma praça ao Sol) e os edifícios terão um qualquer fim diferente daquele para que foram criados (museu, centro comercial, escritórios).....
É curioso como queremos fazer no local de gares marítimas terminais de contentores, depois praças e no local mais bonito de Lisboa e sem barreiras entre o Tejo e a cidade em vez de tal espaço ser dado aos Lisboetas queremos fazer projectos para um Terminal de Cruzeiros.
Já temos 2 gares marítimas funcionais e bonitas, cujo espaço não tem destino. Para quê um terminal.................
Não há mais de 2 navios de cruzeiro em Lisboa, por isso a gare de Alcântara cheha (ver relatório APL) e os contentores são inferiores às previsões (ver DN).
O eterno desgoverno, a mania das grandezas e o dinheiro da UE mal gasto. Não é evidente que um cruzeiro é monstro em frente a Alfama?
Só peço que oiçam os lisboetas e depois decidam com bom senso. Não é pedir muito....
sexta-feira, 8 de junho de 2007
Não faz sentido!
Hoje fiz novamente o percurso de carro do Terreiro do Paço até à Expo. Há inúmeros locais junto ao Rio degradados e ocupados por contentores e por carga. São zonas degradadas que poderiam beneficiar com este projecto. Xabregas, Museu da Madre de Deus, Convento do Beato, o Palácio da Mitra.
A fazer algo de novo deveria ser aí..........
Há coisas que não fazem sentido. Sinceramente não percebo esta opção. De facto, se a APL tem duas gares marítimas nobres, dignas, e com frescos do Almada, concebidas com a finalidade exclusiva de serem uma porta de entrada para Lisboa. Porque será que temos que fazer um terminal de aeroporto pós moderno e um centro comercial na zona antiga da cidade?
Em elucidativa pesquisa na net tive a seguinte resposta:
A APL aluga as salas e cobra taxas. Indico valores:
TABELA de PREÇOS
Cedência de Espaços Cobertos
Ano de 2007
Gare Marítima de Alcântara Taxas de Utilização Diária
- Salão Almada Negreiros € 2.275,00
- Auditório € 1.853,00
- Salão Almada Negreiros e Auditório € 2.633,00
- Sala das Colunas € 2.435,00
- Sala Panorâmica € 1.975,00
- Sala da Cobertura € 559,00
Gare Marítima da Rocha Conde d’Óbidos
- Salão Almada Negreiros € 1.901,00
- Auditório € 1.159,00
- Salão Almada Negreiros e Auditório € 2.296,00
- Sala de reuniões com 40+50 m2 € 559,00
- Sala Comunidade Portuária € 559,00
Não faz sentido, mas se calhar seria esperar de mais que fizesse sentido. No fundo, ainda sou optimista ......acho que as coisas devem fazer sentido.
Vou para a cama a pensar; E o Almada o que diria do projecto de Santa Apolónia e da sua gare ser usada para banquetes e apresentações de produtos alimentares, sendo o cais envolvente ocupado por contentores vindos da China, Taiwan ou Singapura...
Vi um dos painéis e tive a resposta: A Sé junto a um caís com falúas e varinos.
Falei com um arquitecto que a comentar o assunto me disse : "Somos um país de parolos e o único espaço para se andar a pé junto ao rio na parte antiga da cidade vai ser da Ribeira das Naus ao terreiro do Paço!"
O tom era de "vencido da vida" e de "facto consumado". Por mim digo: " há esperança, talvez sejamos um nadinha civilizados, vamos discutir e para a semana vou à APL ver o projecto..." Não posso dizer mal sem conhecer bem , mas aquilo que conheço mete medo................
Santo António e São Vicente nos valham. Máximo, Veríssimo e Júlia nos ajudem.
Neptuno sai da Estefânia, ergue o Tridente e reclama :
"APL - BASTA! No mínimo perguntem qual é a minha opinião. "
quarta-feira, 6 de junho de 2007
Parece-me evidente que esta obra deve ser discutida. De facto, fui desde o Cais do Sodré até à Expo e há espaço para se colocar uma eventual nova doca a seguir a Santa Apolónia.
O porto de Lisboa fundamenta a obra com a transferência de todos os contentores para a Rocha do Conde de Óbido. Ora, se assim for, o cais de cruzeiros poderia ser feito no espaço após o Lux, que aliás precisa de remodelação e está ocupado por contentores. Tem monumentos bonitos que mereciam um melhor enquadramento junto ao rio (Madre de Deus, Santos –o-Novo, Grilos, Palácio da Mitra….).
Não pretendo dizer mal, apenas por dizer mal, aliás acho que a APL devia mostrar o projecto integral no seu site, pois a imagem infra poderá ser parcial e manipulável.
À primeira vista, parece-me mal. Muito mal.
Pior e mais grave é que sendo uma decisão importante e irreversível devia ser discutida pelos Lisboetas e não apenas pela APL, pelos consórcios de construtoras e arquitectos…. Como é que a EU entrou nisto…….
Enfim, lançam-se reptos de abaixo-assinados……..
quinta-feira, 31 de maio de 2007
Fui a Santa Luzia e o panorama será daqui a 2 anos o seguinte: Casario de Alfama a acabar em parques de estacionamento e num centro comercial! De facto vai ser o Martim Moniz !!!!
domingo, 27 de maio de 2007
A linha ribeirinha de Lisboa tem edifícios , que foram construídos e desenhados com fachadas com uma dimensão e traça, que só faz sentido com uma perspectiva larga e acesso ao Rio.
O presente projecto vai "entaipar" as fachadas do Museu Militar e do Celeiro Público – também conhecido por Armazém das Farinhas – do Terreiro do Trigo.
São munumentos com história. O Celeiro Público foi construído por ordem de D. José I. A decisão foi tomada em 1766, mas o regimento só foi editado no ano seguinte. Estipula-se então que num dos lados do edifício exista um armazém para os cereais e que sejam construídos mais sete «Celleiros públicos de Vendagem», situando-se um destes «ao pé do mesmo Terreiro Geral com oito lugares para vendas de Farinhas», também chamado «Celleiro das Farinhas de fóra do Terreiro».
Em 1780, D. Maria I recebe um documento do Inspector-Geral do Terreiro que refere a necessidade de construir dois armazéns para recolher as farinhas e fazer medições. Dias depois, a rainha decide avançar com o projecto e é pedido a três mestres que examinem os espaços junto ao Terreiro Público e apresentem um orçamento. A previsão das despesas é feita rapidamente: doze contos de réis.
No ano seguinte, a rainha ordena o início da obra do depósito de trigos, suspendendo o armazém para a fabricação de farinhas, acomodações dos oficiais e outras necessidades do terreiro. O armazém das medições começou a ser edificado, sob a direcção do arquitecto Reinaldo Manuel dos Santos. A data não é certa, mas pensa-se que as obras se iniciaram entre meados de 1781 e meados do ano seguinte. A conclusão também não está registada, sabendo-se que ocorreu entre 1786 e 1805.
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